domingo, 1 de novembro de 2020

Sinal.

 A gente podia combinar um sinal, sabe, tipo namorados que se olham de longe e sabem exatamente a hora de deixar uma festa? Vamos combinar. Um aceno, uma piscada, um arco íris no céu, qualquer coisa.Uma palavra de segurança, um post-it na geladeira. Mas deixa claro pra mim que acabou, pra eu jogar minhas esperanças no lixo e poder ir embora. Pra eu parar de tentar inutilmente, porque essa frustração está me matando e sei que não é o que você quer. Porque eu sei que você quer o melhor pra mim, mesmo nem raramente fazendo sua parte, e eu também quero. Mas se eu tô no caminho errado, se eu virei duas ruas antes há quilômetros atrás, me fala, porque nao é tarde demais pra eu pegar o próximo retorno e voltar pra estrada calma que eu tava. Você é cheio de mistérios, palavras certas, linhas tortas, etc. Mas comigo isso não funciona. Não quero indireta, sabe? Subtexto não é pra mim. Eu sou muito bom de fazer o que me pedem quando me explicam direitinho e, se eu tô errando tanto, dando soco em ponta de faca, batendo cabeça, o que que custa me falar que não é por aí? Eu apostei todas minhas fichas nisso aqui, mas a gente volta e consegue mais fichas pra apostar em outra coisa se precisar. Então, eu sigo esperando seu sinal. Até lá vou entender que o que me falta é esperar, que coisas boas acontecem pra quem vai atrás. Mas, sei lá, mesmo as melhores pessoas podem seguir o carro errado na rodovia. Se for esse o caso, me manda um sinal, qualquer um, mas deixa claro que é você, que acabou e que eu posso parar de tentar.


(Inspirado em "Jesus Christ" da banda Brand New)

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