quarta-feira, 9 de março de 2011

O Culto ao Exagero

O estilo de vida Exagerado é algo que não era muito conhecido até que Charlie Sheen surtou algumas semanas atrás. Todos gostavam do personagem Charlie Harper pela sua canalhice e honestidade em cada ato, mas aquilo era show business, tudo roteirizado e ensaiado e editado para que seja verdade. Apesar de óbvio para quem conhece a biografia do Charlie (o Sheen), não era muito claro pra maioria que o Charlie (o Harper) era nada além do que um exagero do ator. Assim como Tony Stark se encaixou perfeitamente em Robert Downey Jr, Harper foi criado para exaltar ao máximo as características de Sheen e fazer humor a partir disso. Então o inevitável aconteceu: Sheen viu que existia alguém que era ele mesmo só que muito mais intensamente, e Sheen tinha as condições financeiras para se tornar aquela pessoa. Três mulheres e 7 pedras de crack por dia (segundo a Folha, né), Sheen chutou o pau do baraka, ofendeu os irmãos Warner e o criador do Big Bang Theory, foi pras redes sociais e viu que lá ele teria muito mais alcance.
Conheci pessoas assim na minha vida. Não com tanto dinheiro, com certeza, mas pessoas que viviam exageradamente. Comendo como se não houvesse amanhã, se vestindo de macaco e kilt e tocando trompete de madrugada na estrada.Pessoas que fazem coisas apenas porque podem. Não há motivação ideológica nem justificativas racionais. Não é necessariamente ligado a drogas e sexo, mas porque não ser também? Correr pelado. Não é auto-destruição, não precisa ser pelo menos. É não se preocupar com as consequências de algo que não tem consequências realmente. E lidar com as conseguências que houver. "O que é divertido é meu grande motivo", já dizia aquela outra música da banda que deu nome a esse blog. Enquanto você estiver se divertindo, tudo é válido. Tudo. E não há nada mais divertido do que ser o exagero de si mesmo.
Há um ano atrás todos queriam ser como Charlie Harper, hoje todos querem ser como Charlie Sheen. A versão exagerada da própria versão exagerada.