segunda-feira, 27 de abril de 2009

Era uma vez... (Branca de Neve)

Era uma vez, num reino muito distante, uma princesa. Essa princesa era branquela. Tipo branca fudido, saca? Tipo Michael Jackson nos anos 90,sabe? Pois é, tinha essa princesa lá. E a mãe dela tinha morrido há um tempo já e o pai dela já tinha casado de novo. Por definição, a esposa do pai dela era a madrasta dela. E essa madrasta nem curtia muito a nova filha não, aquele negócio de disputar atenção do pai e o pai ser um frouxo e não tomar partido. O pai é tão frouxo que ele nem vai fazer parte da história não, ele só serve pra você localizar a madrasta. Ok, voltando. A madrasta era doida. Sério, era doida mesmo. Ela conversava com o espelho e perguntava "Eai, espelho, quem é a mais gostosa?" e o espelho respondia que era ela. O que é nóia, né? Espelho respondendo, meu saco. Ela que se respondia. Que seja, ela era doida e com doido a gente não discute. Pois é, ela sempre se perguntava que era a mais bonita e sempre se respondia que era ela mesmo. Só que um dia teve um problema, e é aqui que começa a ficar interessante. A madrasta (que era doida) um dia se perguntou e teve uma resposta diferente. O espelho disse pra ela que quem era a mais bonita nem era ela não, que ela tava viajando e que ele preferia mil vezes comer a princesa anêmica do que aquela coroa que ficava enxendo o saco dele todo dia. Pois é, doida. "Ah, meu reflexo discorda de mim!". Depois dessa epifania onde ela descobriu que a enteada dela era mais bonita que ela, ela surtou. Mais ou menos, né? Ela já era meio surtada. Então, ela chamou um dos serviçais do castelo e falou que ele tinha que dá um sumiço na menina pálida. Como um bom lacaio, ele foi dar um jeito nisso (ele devia estar comendo, ninguém faz esses favores de graça assim). Sequestrou a menina, levou ela pro mato e estuprou ela ficou com dó dela. Então em vez de matar, ele largou ela no mato e falou pra ela num voltar mais pro castelo que a madrasta tinha mandado ele matar ela e que ele ia matar um carneiro, fazer um churrascão na laje e levar o coração do carneiro pra madrasta falando que era o dela. Tudo bonito, o serviçal comendo a madrasta de novo, a princesa perdida na floresta. Como a menina não podia (nem sabia) voltar pra casa ela ficou lá na floresta mesmo conversando e cantando com os bichinhos, até que (essa é minha parte preferida) ela encontrou uma casinha pequenina, com móveis pequenos, cômodos pequenos, camas pequenas, cadeiras pequenas era... UMA CASA DE ANÕES, CARA! TIPO, UMA CASA ADAPTADA, SACA? COM ESCADINHA NA PIA E TUDO MAIS. E não era apenas um anão que morava na casa, contando as camas tinha pelo menos uns SETE ANÕES. Cara, imagina uma casa com sete anões? Sensacional. A princesa, que não tinha muito o que fazer nem pra onde ir, deu uma geral na casa, juntou umas 5 caminhas de anões e foi dar um cochilo. Os anõezinhos que moravam na casa, que realmente eram sete, trabalhavam numa mina de diamantes. Não era muito claro se eles eram irmãos ou se moravam juntos apenas pela casa ser perto da mina. Também não era claro se antes haviam mais anões que trabalhavam na mina ou se eles eram personagens do Senhor dos Anéis. O importante é que eles voltaram pra casa depois do serviço, cansados e encontraram uma menina na flor da idade deitada na cama deles. Eles, como anões e trabalhadores de minas não são acostumados a ver muitas mulheres então eles fizeram um gang-bang nela estavam realmente assustados com aquela situação toda. O mais velho deles, chamado de "Mestre" foi sensato e disse a todos pra esperar ela acordar pra ver o que estava acontecendo. A princesa acordou, explicou pros anões que tinha sido expulsa de casa pela madrasta e que cozinharia, limparia a casa e lavaria as roupinhas dos anões em troca de abrigo. Os anões concordaram apesar de ela deixar claro que não haveria sexo. E lá ficou nossa princesa, morando com sete anões. Eles trabalhavam o dia inteiro, enquanto ela colhia frutas, arrumava a casa, conversava e cantava com os animais do bosque encantado e cozinhava para receber os anões de noite. Eles faziam festas, bebiam, dançavam em volta dos seus sombreiros e chutavam a própria cabeça, lutavam muaythai, esse anõezinhos malandros. Tudo ia bem até que... Lembra da madrasta doida? Pois é, mesmo depois de dar um sumiço na filha postiça, de dar uns amassos com o serviçal, ela ainda era noiada com a parada do espelho e continuava perguntando quem era a mais bonita (e se respondendo). O esquema é que ela fez a tal pergunta ("Quem é a mais transona do reino?") e ela novamente recebeu uma resposta que não queria ouvir: "Não és tu, nem a Cinderela. A mais transona é tua filha branquela". O que poderia ser explicado por esquizofrenia, uma simples múltipla personalida ou transtorno bipolar, foi interpretado como uma resposta do espelho. E foi assim que a madrasta descobriu que a princesa tava viva. Ela chamou o serviçal, pagou um puta sapo pra ele e mandou ele para a forca. De nada adiantou o sermão, né, já que ele foi pra forca. Antes de morrer, o serviçal confessou que tinha ficado com pena da menina ("Tadinha, ela era tão anêmica") e soltou a menina na floresta pensando que ela morreria de desitratação, queimaduras de sol ou seria devorada por ursos. E quem morreu foi o criado mesmo. Nada contra o proletariado, um abração pra todos nossos leitores proletariados, mas esse cara mereceu morrer mesmo. Se eu fosse rei e mandasse algum criado fazer alguma coisa e ele não fizesse eu matava mesmo, sem dó. Voltando, o que a madrasta fez? Ela pensou "Se você quer que algo seja feito, faça você mesmo" e foi atrás da menina na floresta. Em pouco tempo, e com o uso de informantes pela florestas (nunca confie em animais que falam)ela descobriu que a menina estava de empregada doméstica pra uns anões que trabalhavam numa mina de diamante. A madrasta se disfarçou de velhinha vendedora de maçãs e foi bater na porta da casinha dos anões uma hora em que a empregada estaria sozinha. ela bate na porta:
- Quem é?
- É uma simples velhinha querendo vender umas maçãs.
- Os patrão tá em casa não. Tenho dinheiro não.
- Ô menina, você tem uma voz tão doce, abre a porta e venha comprar umas maçãs.
- Por que alguém compraria uma maçã da senhora? Estamos na floresta, o que mais tem por aí é maçã.
- ABRE A PORRA DA PORTA AE E COMPRA A MERDA DA MAÇÃ, DOMÉSTICA MALDITA!
- A senhora é muito grossa, vou abrir a porta não.
- Desculpa, minha jovem. Abre a porta que eu lhe darei uma maçã de graça.
- Ah, de graça eu quero, né? Sabe como é, a gente num recusa coisa de graça, né dona?
Aquela, né? Sua mãe não te ensinou a não aceitar doces de estranhos? Pois é, a menina inocente mordeu a maçã que estava envenenada, vendido por sua própria madrasta disfarçada de velhinha insuspeita. Caiu na hora. A madrasta voltou pra casa triunfante. Quando os anões chegaram em casa depois de um longo dia de trabalho, encontraram seus quartos sujos, não havia comida pronta e nem cuequinhas de anões limpas. Um absurdo, enquanto três deles discutiam quem tinha falado que ela iria embora na primeira oportunidade outros três pensavam em como iam limpar a casa agora que a menina tinha ido embora e um procurava a menina. O menor deles (que devia ser bem pequeno, visto que eram anões), que tinha nome do ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol. O mais burro deles. Não o técnico mais burro, mas o anão mais burro. E foi ele que encontrou a menina desfalecida no quintal do lado de fora. Depois da comoção geral, discutindo se ela estava dormindo, era epilética ou tinha morrido mesmo, chegaram ao consenso de que, já que ela estava fedendo, ela morreu e que iam enterrar ele no outro dia. Colocaram em vários caixõezinhos unidos por fitas tape e deixaram ela no quintal mesmo pra enterrar. No outro dia, todos os anõezinhos colocaram seus terninhos pretos e foram enterrar a princesa. Durante o cortejo fúnebre, passa um cara montado em um cavalo e vê a cena, no mínimo, inusitada (pra não dizer bizarra). Sete anõezinhos de terno levando uma caixa imensa de madeira. Eu riria se eu visse isso. De verdade. Então, o cavalheiro/cavaleiro, se identificou como principe e perguntou o que tinha acontecido. Depois de ser informado da trágica morte da princesa ele pergunta se pode dar uma olhada na princesa. Apesar de os anões terem achado aquele pedido meio esdrúxulo, eles eram sete anões levando uma caixa imensa de madeira, quem eram eles pra julgar se algo é esdrúxulo. Deixaram. O príncipe, que há pouco tinha feito aulas teóricas de direção, sabia tudo sobre primeiros socorros. Olhou para os peitos o pulmão dela, observou a respiração, o pulso e realizou a técnica de desengasgo Heimlich. No que a menina cospe o pedaço de maçã fora e acorda! Os anões entram em festa, o príncipe pulava feliz e a princesa ressucitada contando sobre sua Experiência de Quase Morte. O príncipe encoraja ela a voltar para o reino e contar tudo para seu pai, que mal tinha notado que a filhava andava meio sumida. E assim acontece. O rei expulsa a esposa de casa, Branca de Neve se casa com o príncipe e os anões começam a receber uma pensão do rei, o que possibilita eles a abandonarem a mina de diamante, construírem novas adaptações para anões na casa e contratarem uma nova empregada. E eles (os anões) viveram felizes para sempre.