segunda-feira, 25 de agosto de 2008

e sabe o que há de mais irônico nisso tudo?

então, é a história de um cara (não, não sou eu) e ele se interessa por uma amiga antiga (minha, não dele) e me conta com uma certa frequencia sobre suas investidas e tentativas de se aproximar. ela, uma garota muito ocupada com estudos e a vida, não tem muito tempo de se divertir, o que obriga essa relação a se resumir a cartas (eu quero que sejam cartas). mas como todos vocês, assíduos frequentadores dos Correios, sabem, cartas sempre tem frases que abrem espaço para mais de uma interpretação e que você fica se remoendo o que foi que seu amigo quis dizer e você não entende muito bem a letra dele e essas coisas. ela, uma senhorita de classe, não de pose. ele, um poeta que se perde em seus pensamentos. ela, feita pra casar, não no sentido moderno, mas no sentido contemporâneo da coisa. ele, feito pra sonhar, não que seus sonhos nunca vão se realizar, mas um daqueles que quando acordar vai desejar estar dormindo. é curioso ver os relatos do poeta contando dos desencontros e escapadelas dela. mas ela, a bailarina (falei que ela era bailarina?), continua em cima do palco, enquanto nós (o filósofo, o poeta e você, leitor) olhamos pra ela aqui de baixo. ela vai ser tudo que ela sonha. ele não. não por incapacidade dele ou maldade do destino, mas porque o destino dele é sonhar, e enquanto ele sonhar, ele ainda existe. não que ele esteja errado. não afirmo nada porque nada sei. só analiso as informações que ele me passa. enquanto isso, ela dança lá em cima.

e sabe o que há de mais irônico nisso tudo?
augusto dos anjos não bebia.






ps. o título e a frase final sobre augusto dos anjos é uma pequena contribuiçao do amigo juba no texto, não que ele saiba que elas estão aí, mas a achei uma bela frase e queria encaixá-la em algum lugar.

ps2. pequenas alterações para melhor dicernimento do texto, mas como ninguem o leu ainda, tanto faz...

sem mais.