sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Crisálida.

Foram duas ou três horas que eu não existi. Estava no meu quarto escuro absorvido por amenidades na internet e simplesmente não existi.
Não existi pro outro e pouco existi pra mim.
Me senti a lagarta dentro da crisálida
Onde sua forma se remonta.
Mesmo consciente eu não estava ali.
Meu corpo não era físico, minha presença não existia.
A árvore que cai sozinha na floresta
E não faz barulho.
Mas quem está lá pra notar?
Não era um bom lugar, esses momentos me assustam.
E chegam com frequência nos momentos mais banais.
Não nos momentos de solidão, mas no vácuo da presença.
Naquelas horas onde eu não devia estar mas estava.
Podia estender um braço, uma mensagem, uma ligação.
Mas me faltava forma física para realizar.
Até que desisti.
E ao ir dormir, meu maior receio era
Será se ainda vou existir quando alguém me alcançar amanhã?

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