quarta-feira, 22 de março de 2017

Caleidoscópio 3.

Piso com cuidado no espelho quebrado sobre o chão.
Vejo, perplexo, o reflexo do sangue pingando das minhas mãos.
O sol do fim da tarde invade 
e ilumina de baixo pra cima o copo no balcão.
Meu cérebro em ópio não enxerga ao certo a imagem formada em pedaços.
Como em caleidoscópio, visto bem de perto, um rosto rabiscado por traços.
Tento em vão limpar o chão manchado de mim.
Mas o pano vermelho só espalha o espelho adiando seu fim.
A parede marcada denuncia o descuido,
coagulado o fluido, posso ir embora enfim.

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