sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Promessas

"Nunca faça promessas", disse o velho sentado num banquinho de madeira enquanto enrolava seu palheiro. "Passei os últimos sessenta anos sem fazer promessas, nunca ousaram me cobrar nada. A penúltima promessa que eu fiz foi meu casamento, na frente do padre e de Nosso Senhor. E quando eu percebi que não ia cumprir, eu rezei dez Pai Nosso e dez Ave Maria, pedi perdão e fiz minha última promessa: de nunca mais prometer nada. E essa eu tenho cumprido desde então. E também não me responsabilizei pelas promessas que fizeram por mim. Gente que esperava de mim o que eu não podia dar, conversa fiada dos outros que falavam no meu lugar. Não assinei embaixo de nenhuma dessas e vi, com pesar, cada um dos contratos serem quebrados. Hoje sou um velho sem expectativa de vida, de fome e sem perspectiva de futuro. Já vivi o suficiente. Não digo nem 'até amanhã' porque não sei se vou estar vivo quando você acordar. Então escuta, meu filho, esse meu conselho que pode ser o último: não faça promessas".

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